terça-feira, 11 de dezembro de 2012
amanhã ser
O amanhecer
me encontra
des(a)botando
a madrugada
: olhos insones
cama arrumada
(porões janelas sótãos
: letras d'alma lavada)
foto Web
f(r)uturos
Tenho ideias...
Vagas
muito vagas.
Um personagem
ainda fugidio
lento
esboçado
mas
que promete
densidade
pureza
e
tormenta.
E ele
é teu.
Forja-lo-ei
especialmente
para ti.
Ele é um.
Tenho outro?
Sim.
Pelo menos
- por agora
mais um.
Um outro
- acho -
à sua altura.
E grandeza.
Dois.
Nem papel
são ainda.
Mas
são
inexoravelmente
teus.
E
vários
que
ainda
virão.
(para o amigo e ator Sandro Massafera)
foto Victor Zaiden
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Ano i teceres
Céu de pano
azul ciano
com dois broches
de estrelinhas
(fossem minhas
te daria,
mas o céu
já é teu).
Sorrindo na boca da noite
o delicado camafeu:
pingente
de Lua crescente
a prometer
o plenilúnio.
(as três embaúbas tudo contemplam)
(fossem minhas
te daria,
mas o céu
já é teu).
Sorrindo na boca da noite
o delicado camafeu:
pingente
de Lua crescente
a prometer
o plenilúnio.
(as três embaúbas tudo contemplam)
para meu querido Menino Vento, Pitágoras Silveira
- encantador de sons e silêncios.
Anhangá
2012
foto Adriana Barata
Anhangá
2012
foto Adriana Barata
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
a história de uma Gaveta esquecida aberta e um Vento peregrino
Tarde quente
sol se pondo vermelho
do outro lado do céu
noite vem chegando
- negra promessa
com frescor de estrelas.
sol se pondo vermelho
do outro lado do céu
noite vem chegando
- negra promessa
com frescor de estrelas.
Sob a janela
de cortinas dançantes
- aberta a gaveta está.
Assim
: desavisada
feito a nudez
de uma mulher após o banho,
tão absorta de si
que não se sabe vulnerável.
Mas eis que um vento
- de estrangeiros perfumes
de cortinas dançantes
- aberta a gaveta está.
Assim
: desavisada
feito a nudez
de uma mulher após o banho,
tão absorta de si
que não se sabe vulnerável.
Mas eis que um vento
- de estrangeiros perfumes
entrou pela janela
bailou as cortinas
e ao ver gaveta aberta
- decerto pensou ser flor
pois despetalou-a inteira
em papeis e poemas
de um tom amarelado
já quase incolor...
bailou as cortinas
e ao ver gaveta aberta
- decerto pensou ser flor
pois despetalou-a inteira
em papeis e poemas
de um tom amarelado
já quase incolor...
A primeira impressão
para a Primeira Pessoa
(aqui sinto-me isenta, de tudo)
foto Web
foto Web
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Multimário
Um primeiro olhar
e tudo parece
aço
solidamente
a nos proteger.
Mas quando
do abraço
o que
sentimos
são laços
- suave acetinado
da mais pura
seda carmim.
Então
Mário é pra mim
foz e fonte
força e fé
fantasia e razão.
Alma de colo e baliza
tronco raiz
seiva sangue
e coração.
Vale do Pirapetinga
2012
foto Adriana Barata
terça-feira, 20 de março de 2012
perecível
(índia / foto Hugo Macedo - indiana / foto Rajesh Kumar)
quando as maçãs do rosto
já foram colhidas...
um cheiro
Ah,
quanta saudade...
Saudade acumulada
que já criou musgo
macio tapete
onde se deitam as lembranças!
Saudade faminta
de abraços não dados
bilhetes não trocados
enquanto os meses avançam!
Ora
mas de que vale o tempo
(e esta falta de alento)
para o que é eterno?
Se então
saudade é somente
um pouco da gente
a perfumar o outro...
Feliz fico eu
que em mim sinto notas
de ti, Camafeu.
(para minha amada Lalá - Larissa Bracher)
foto Web
quanta saudade...
Saudade acumulada
que já criou musgo
macio tapete
onde se deitam as lembranças!
Saudade faminta
de abraços não dados
bilhetes não trocados
enquanto os meses avançam!
Ora
mas de que vale o tempo
(e esta falta de alento)
para o que é eterno?
Se então
saudade é somente
um pouco da gente
a perfumar o outro...
Feliz fico eu
que em mim sinto notas
de ti, Camafeu.
(para minha amada Lalá - Larissa Bracher)
foto Web
auto retrato 2
Metros andados
e o vestido
é tirado.
Nua
em terra
um braço árido
o outro úmido
areia e lodo
dividem meu mundo.
No meio
do peito
com raiz costurado
me brota um broche
esverdeado:
são três folhas
pequeninas
- e só.
Anhangá
2012
foto Adriana Barata
Anhangá
2012
foto Adriana Barata
sábado, 17 de março de 2012
auto retrato 1
Vestido
de mato
com barra
de folhas
tecido
em graveto
rendado
de vento.
De verde
bordado
e de enfeite:
duas flores
pequeninas
e uma só pétala
de quaresmeira.
Aqui estou
- inteira.
Anhangá
2012
foto Adriana Barata
Anhangá
2012
foto Adriana Barata
Assinar:
Postagens (Atom)