Saudade de esperar o carteiro
trazendo pessoas dentro de envelopes.
Saudade de abrir o papel com cuidado
e uma certa impaciência.
Ali dentro: o tempo condensado,
a emoção plantada em linhas
brotando em fileiras de frases
perfumando o papel
e dando sabor à palavra
que ávida mordo com os olhos.
Carta do meu pai para mim.
foto Adriana Barata